Sobre este tema, 2 livros conseguiram alcançar qualidade e objetividade: (i)“Finding Fertile Ground” – de Scott Shane, professor de Empreendedorismo de boas universidades americanas e (ii) “Venture Capital and the Finance of Innovation” – de Andrew Metrick, professor da Wharton B. School.
Alguns pontos:
– A meta é participar de empresas que gerem boa margem e criem barreiras de entrada a competidores, e não negócios que copiem os existentes e contribuam para derrubar a margem de um setor, prejudicando a todos (em geral, não adianta abrir mais uma lavanderia). A experiência de décadas demonstra que é melhor focar em empresas que: (i) contenham inovação, seja em tecnologia ou processos, (ii) vendam para outras empresas (e não para consumidor final) e (iii) evitem setores muito concentrados onde grandes compradores ditam o preço.
É este tipo de empresas que os Fundos de Venture Capital não tecnológicos procuram para investir, pois tendem a gerar alta rentabilidade. Nos países onde Fundos de VC existem há décadas, as firmas gestoras de fundos são formadas basicamente por ex-empreendedores e ex- executivos, que tenham capacidade de bem avaliar tendências, oportunidades e empresas. Nos EUA, na média, as empresas que gerem fundos VC são pequenas, contando com 5 a 10 indivíduos, administrando 2 fundos em um mesmo momento (cada com US$ 150 milhões em média), sócios aportam de 1% a 2,5% do capital total de cada fundo e tendem a estar em uma segunda carreira, tendo trabalhado em vários tipos de empresas. Boa visão das áreas de uma empresa (operações, marketing, finanças, etc) é experiência valiosa, já que atuar em VC é ser parceiro no crescimento das empresas – já Fundos de Private Equity são dominadas por financistas, e geralmente focados em mudança de controle e reestruturação de empresas.
- Considerações básicas para a escolha de empresas:
. Os gestores são íntegros e competentes?
. Há mercado em crescimento para o produto ou serviço?
. Há estratégia sólida que cria barreiras de entrada a concorrentes?
Escolha de Setores:
. Nível de Conhecimento (se alto gera barreira de entrada):
Produção é complexa? Conhecimento intensivo? Conhecimento espalhado na cadeia? Intensivo em manufatura e marketing?
. Nível de Demanda:
Mercado grande, em crescimento e segmentado?
. Estágio do Ciclo no Setor:
Está no início do ciclo? Ainda não existe standarts?
. Estrutura de Mercado:
Capital intensivo? Marketing intensivo? Mercado concentrado com grandes empresas?
Identificação de Oportunidade:
Verificar se ocorre/ocorrerá mudança: Tecnológica, Regulatória, Demográfica ou Estrutural?
Aproveitamento de Oportunidade:
. Cabe inovação na oportunidade que surgiu?
. A parte da cadeia a ser penetrada oferece condições atrativas?
. O Empreendedor tem percepção abrangente da oportunidade?
. Há potencial para novo: produto, serviço, mercado, material, processo e/ou estrutura organizacional?
Gerindo a Evolução Tecnológica:
. Grandes mudanças criam oportunidades.
. Analisar a “curva S” de Foster
. Timing de entrada é correto?
. Que forças buscam criar standarts?
Paulo Areas